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"UCC-Flor de Papel", do Centro de Saúde de Campo Maior, associa-se às comemorações da Semana Mundial do Aleitamento Materno

Foto: Alexandra Diaz
Desde 2006 que, na primeira semana de Outubro, é comemorada em Portugal a Semana Mundial do Aleitamento Materno numa parceria entre a Direção-Geral da Saúde e a World Alliance for Breastfeeding Action (WABA).
Este ano o tema da campanha é “Amamentação: Um ganho para toda a vida”, fazendo uma ligação estreita aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Os ODM foram estabelecidos pelos governos e as Nações Unidas para combater a pobreza e promover o desenvolvimento saudável e sustentável de uma forma global em 2015. Os objetivos da Semana Mundial da Amamentação são os seguintes:
Informar as pessoas sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e como eles se relacionam com a amamentação e alimentação de lactentes e crianças;
Mostrar os progressos alcançados até ao momento e identificar as principais lacunas para melhorar a amamentação;
Chamar a atenção para a importância do reforço das ações de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno como uma intervenção fundamental nos ODM e na Agenda pós-2015;
Estimular o interesse nos jovens de ambos os sexos para a relevância do aleitamento materno no atual mundo em mudança.
Através do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil, preconiza-se que desde o nascimento este seja tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais, no sentido de promover a manutenção do aleitamento materno, em exclusivo, até aos 6 M e, só a partir desta idade, complementá-lo com o início da diversificação alimentar.
Além do apoio existente no Serviço Nacional de Saúde, estão presentes em Portugal Organizações Não Governamentais e sem fins lucrativos que também protegem, promovem e apoiam, o aleitamento materno, através da ajuda interpares (mãe-para-mãe). A sociedade civil é muito importante e está actualmente muito mobilizada.
A Direcção-Geral da Saúde associa-se ao espírito desta campanha destacando os “Cuidados Antecipatórios” do Programa Nacional de Saúde Infantil e Juvenil:
Preconiza-se que desde o nascimento este seja tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais, no sentido de promover a manutenção do aleitamento materno, em exclusivo, até aos 6 M e, só a partir desta idade, complementá-lo com o início da diversificação alimentar
Aconselha-se pais e profissionais a consulta das – Orientações da DGS em http://www.saudereprodutiva.dgs.pt e manual de aleitamento materno do Comité Português para a United Nations Children's Fund (UNICEF) - Comissão Nacional http://www.unicef.pt/docs/manual_aleitamento.pdf.
Para além desses recursos, em Campo Maior, no Centro de Saúde, através da UCC - Flor de Papel, também se podem obter informações e orientações sobre esta temática.
Nesta semana alerta-se a população para os benefícios da amamentação e todos os profissionais de saúde são convidados a trabalhar o tema anual nos seus respectivos serviços.
Em Campo Maior, através da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) - Flor de Papel, também este tema é explorado, e explicado aos utentes.
Para que se conheça o trabalho que em Campo Maior é desenvolvido, a referida UCC facultou-nos um trabalho elaborado pela enfermeira Alexandra Diaz, para o tema da amamentação, que transcrevemos a seguir.


Fotos: Alexandra Diaz

MITOS SOBRE O ALEITAMENTO MATERNO

"O leite materno é o melhor alimento para o bebé, corresponde exactamente às suas necessidades e o contacto da pele com o corpo, durante a amamentação, resulta numa relação íntima de cumplicidade entre a mãe e o bebé. A amamentação beneficia o bebé, a mãe e toda a família. 
O leite materno está disponível rapidamente, sempre à temperatura correcta, é perfeitamente higiénico, além de aliviar a pressão no orçamento familiar. Protege o bebé contra infecções e outras doenças como gastroenterites e alergias. A longo prazo, evita doenças crónicas como a diabetes e obesidade. 
A amamentação também beneficia a mãe, ajudando o útero a regressar ao tamanho normal, protege-a contra vários tipos de cancro e reduz o risco de osteoporose. 
Por todos estes motivos é que a Organização Mundial da Saúde e a UNICEF recomendam a amamentação exclusiva até aos seis meses de idade seguida da introdução de alimentos complementares adequados a idade do bebé e a manutenção do leite materno até aos dois anos de idade ou mais.
Apesar de ser instintiva, a amamentação exige um processo de aprendizagem e adaptação. Para as mães que se estreiam nesta tarefa, os primeiros tempos podem ser difíceis.
Na hora de amamentar, são muitas as dúvidas que surgem e muitos os mitos existentes.

1. A maioria das mulheres não produz leite suficiente – A produção de leite está regulada, minuto a minuto, pela quantidade que o bebé mamou na mamada anterior. Para que uma mãe tenha pouco leite, ou seja, menos do que o seu filho precisa, é preciso que aconteça uma das seguintes situações:

a) Que o bebé não mame o suficiente;

b) Que o bebé mame, mas mal;

c) Que não deixem o bebé mamar 

2. O leite de algumas mães é fraco - Não existe leite materno fraco ou forte. O leite materno está sempre adequado a todas as necessidades do bebé. Pode ser que não o esteja a receber em quantidade suficiente por uma pega inadequada o porque tenha necessidade de comer mais vezes, em determinados momentos. Daí a importância de procurar ajuda experimentada em caso de dúvidas. 

3. A amamentação é dolorosa - A sensibilidade nos mamilos é frequente nos primeiros dias mais se ultrapassa o 4º ou 6º dia não deve ser ignorada. Normalmente é devido a uma pega incorrecta do bebé que resulta num esvaziamento inadequado da mama comprometendo a manutenção da lactação. 

4. Quando as mamas estão moles é sinal de pouco leite ou que o leite secou - Quando a amamentação já está estabelecida e regulada pelas necessidades do bebé deixa de haver aquela sensação de mamas cheias ou vazias e é perfeitamente normal. 

5. O bebé deve mamar durante 10 minutos em cada mamada - O bebé deve esvaziar a mama, de forma a fazer uma refeição completa. O tempo que o bebé demora a esvaziar a mama é variável, depende de cada criança. Com o tempo o bebé acaba por estabelecer o seu próprio ritmo. As conhecidas gretas nada tem a ver com o tempo que o bebé passa a mamar, mas sim com uma posição incorrecta. 

6. Devo amamentar de três em três horas - No aleitamento materno não existem intervalos de tempo que devam ser cumpridos. O bebé deve mamar sempre que tiver fome. 

7. Existem alimentos que aumentam a produção de leite - Não existem alimentos que aumentem a produção do leite materno. A melhor forma de manter a produção de leite é continuando a amamentar, sempre que possível e em regime livre. 

8. A mãe que amamenta não deve consumir café, chocolate, bebidas gaseificadas, feijão, grão,couve verde escura, laranja, etc. - Na verdade, não fará mal se as mães se abstiverem de café, chocolate e bebidas gaseificadas, pois não têm qualquer valor nutricional. Os restantes alimentos não deverão ser restringidos porque são importantes nutricionalmente. A alimentação da mãe deve ser o mais variada possível, permitindo uma boa ingestão de diferentes tipos de nutrientes e vitaminas, e dando oportunidade ao bebé de experimentar novos sabores através do leite materno. Nenhum alimento saudável deve ser evitado. 

9. O bebé necessita de água durante a amamentação - Cerca de 90% da constituição do leite materno é água. Se a amamentação for exclusiva (alimentação só com leite materno) a quantidade de água necessária para o bebé é obtida através do leite materno. Nos dias de calor ou se o bebé tiver sede, deve oferecer leite materno com maior frequência. 

10. Estou doente a tomar medicação e tenho que deixar de amamentar – Há medicamentos que interferem no leite materno, mas estes correspondem a uma percentagem cada vez mais pequena. Os antibióticos e analgésicos mais frequentemente prescritos tem um risco muito baixo ou nulo de passar para o leite materno. Informe-se sempre adequadamente antes de acabar com a lactação."

Alexandra Diaz
UCC Flor de Papel - Campo Maior

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