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Opinião: VI - ERMIDAS, IGREJAS E CONVENTOS DE CAMPO MAIOR, a Igreja Nova ou Igreja Matriz, por Francisco Galego


A "IGREJA NOVA" (OU MATRIZ)
 “ No ano de 1574, os vereadores: Thomé Affonço, António de Payva e Jorge do Rego, cavaleiros fidalgos, estes fizeram um acórdão em que se juntou todo o povo e propuseram que a Igreja da Matriz, era velha e muito pequena, em que não cabia o povo, porque quando se fizera não tinha mais de 300 vizinhos e agora passava de mil, se pedisse a El-Rei faculdade para se fazer outra e ao Bispo uma ajuda do custo”. (Estêvão da Gama, p. 121 e122)
“Ano de 1585… Neste ano veio a Provisão para se fazer a Igreja Nova (1), e se assentou ficasse também a Velha (2) e se partissem os fregueses pelo meio, para que houvesse duas freguesias.”
“Ano de 1610… Neste ano se arrematou a obra da Igreja Nova. No ano de 1645,  ainda não  estava aperfeiçoada, faltando-lhe as torres para os sinos e a guarnição por fora de toda ela. Só no ano de 1662 estava a igreja completada. (Estêvão da Gama, p. 123).
(A nova matriz) é um grande templo de três naves, com duas ordens de colunas de pedra a que chamam "gram". Tem três ao comprimento formando, de umas a outras, arcos sobre que se sustentam as abóbadas. Tem de comprimento sessenta e oito côvados e de largura trinta e quatro. A capela-mor é de bastante grandeza, tem tribuna… O retábulo é todo de alvenaria, com colunas retorcidas, cornijas e cimalhas, tudo estucado e pintado e excelente arquitectura. Tem duas capelas colaterais, uma da parte do Evangelho, de Nossa Senhora da Piedade…onde está sepultado o Bispo de Coimbra D. Martinho Afonso Mexia (3),  Para a parte da Epístola está a de Nossa Senhora do Rosário que é dos soldados do Regimento de Infantaria desta mesma guarnição, por cuja conta corre o ornato dela. Estas duas capelas têm mais vão que aquele que ocupam os altares. Tem outras duas nos lados que formam o grande vão do Cruzeiro: uma do Santíssimo Sacramento para a parte do Evangelho…Outra de Nossa Senhora do Rosário, defronte desta…a imagem da Senhora é de formosa escultura. Segue-se a esta capela, já no corpo da Igreja, a de Nª Senhora do Desterro. A esta segue-se uma porta colateral que fica a nascente. Segue-se-lhe outra capela, de Nª Senhora do Carmo e, no fim dela, corre a parede do frontispício em que está a porta principal que fica ao meio-dia. E em cima dela está o coro espaçoso e claro de que se não servem os clérigos por estar sem ornato nenhum e lhe ser mais cómodo rezarem na capela-mor. A esta porta segue-se a Pia Baptismal (4), que é uma casa de bastante grandeza. Segue-se esta parede a outra e logo a capela de S. Miguel e das Almas…e desta se segue outra porta colateral para o poente e a esta a capela de Nª Senhora da Encarnação e a ela a já referida capela do Santíssimo.
Todas estas capelas foram pintadas entre os anos de 1719 e 1720, de excelente pintura dos Mestres Manuel dos Reis e António Pimenta da cidade de Lisboa, ambos discípulos do grande pintor Bacareley.
Há nesta Igreja três sacristias: uma dos clérigos, outra dos Irmãos do Santíssimo e outra de Nª Senhora do Rosário.
A entrada da porta principal é feita por duas ordens de escadas de pedra. Tem um adro muito espaçoso.
A fábrica desta Igreja(5) são umas terras que no presente rendem setenta e cinco mil réis, cuja arrematação fazem os oficiais da câmara e que foram deixadas por uma mulher de que se não sabe o nome, mas que é coisa muito antiga. Desse dinheiro se paga ao organista e o mais se despende nas obras e reparos da Igreja.”
 (Estêvão da Gama, ( p. 47 a 51 e p.s 122 e 123) 

 Notas:
(1) No século passado, o povo designava esta igreja como a Igreja Nova, e o largo onde se encontra como Largo da Igreja Nova. Raramente era designada como a Matriz.
(2) A antiga matriz, dentro do castelo.
(3)Este bispo era natural de Campo Maior.
(4) Segundo documentos antigos, esta pia baptismal teria vindo da antiga igreja matriz, no castelo, que fora demolida e nela teria sido baptizada Santa Beatriz da Silva. De facto, esta peça parece esculpida de uma forma que aponta para uma data bastante anterior à da construção desta igreja. 
(5) A "fábrica desta Igreja" significa o conjunto de bens que, com os rendimentos que geram, garantem a sustentação das despesas com os seus serviços e obras de conservação e restauração. Numa perspectiva mais jurídica, a Fábrica da Igreja é a entidade que representa oficialmente a mesma, em todos os assuntos de ordem administrativa. A Fábrica da Igreja é normalmente a proprietária dos bens paroquiais afectos ao exercício do culto. tendo a incumbência de  administrar os bens eclesiásticos da paróquia.

Nota Final:  Com a grande explosão da torre de menagem, em 1732, “arruinou-se o coro e o frontispício da Igreja Matriz, algumas das suas abóbadas e colunas, quebraram-se todas as portas e algumas imagens.”(Estêvão da Gama, p. 138).
A Igreja, serviu de escudo ao pequeno número das casas que ficavam perto do grande edifício que susteve a maior parte do chuveiro de pedras da torre. Mas o magnífico templo, que susteve o maior ímpeto do castelo, sofreu algum destroço, destruindo-se todo o frontispício e a abobada do coro que estava sobre a porta principal e que era obra de pedraria e muito forte. Também ficaram danificadas as abobadas das suas três naves e algumas das colunas que são de cantaria. Quebraram-se as portas, tendo as principais sido arrancadas com tal violência que foram parar junto ao altar-mor. Nem as imagens ficaram incólumes de tamanho ímpeto.
Para remediar a ruína (...) mandou D. João V “aplicar a terça do concelho para a reedificação da Igreja Matriz…” (Estêvão da Gama, p. 141)

Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Presidente da Rede de Centros de Ciência Viva, visitam Campo Maior


A Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo e a Presidente da Rede de Centros de Ciência Viva, Rosália Vargas, estiveram ontem, dia 15 de Novembro, de visita a Campo Maior.
As duas responsáveis pelas instituições governamentais ligadas à educação visitaram o Centro de Ciência do Café e o Centro Escolar Comendador Rui Nabeiro.
O Presidente do Município de Campo Maior Ricardo Pinheiro e o Administrador do Grupo Nabeiro Delta Cafés, João Manuel Nabeiro foram os anfitriões desta visita.

Formação em Andebol da Casa do Benfica de Campo Maior no Pavilhão da Escola Secundária


A Casa do Benfica de Campo Maior está a levar a cabo acções de formação em Andebol, para crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.
A formação é ministrada no Pavilhão da Escola Secundária de Campo Maior, duas vezes por semana, sexs-feiras às 18,30 horas e Sábados às 11 horas. Para mais informações e indcrições, os interessados deverão dirigir-se à Casa do Benfica em Campo Maior.

Bombeiros Voluntários de Campo Maior vão comemorar o 67º aniversário dia 19 de Novembro


A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Campo Maior vai assinalar o seu 67º aniversário na manhã do próximo sábado, dia 19 de Novembro.
Oficialmente, o aniversário foi no passado dia 22 de Outubro. A corporação dos "soldados da paz" está assim ao serviço da população de Campo Maior há mais de seis décadas.
A celebração do aniversário só acontece agora, segundo José Alberto Carvalho, Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros por "ser impossível comemorar a data no próprio dia devido à realização de vários eventos, como a Baja Portalegre, onde os nossos bombeiros estiveram presentes, bem como um exercício, um grande simulacro em Castelo de Vide com todas as corporações dos bombeiros, realizado no final do mês", explicou.
Assim, na manhã próximo sábado, do programa das comemorações, para além da habitual Parada com os elementos e viaturas da corporação, consta uma cerimónia com o juramento de novos bombeiros e a promoção de outros, bem como a tradicional homenagem aos Bombeiros já falecidos.

Ameixas de Elvas conquistam prémio na categoria European Artisan Producer 2016 em Oeiras

Luís Silveirinha foi recebido nos Paços do Concelho pelo Presidente do Município Elvense, Nuno Mocinha, onde exibiu o prémio conquistado pelo fabrico das famosas "Ameixas de Elvas". Foto: Município de Elvas

As Ameixas de Elvas conquistam prémio na categoria European Artisan Producer 2016, atribuído pelo Conselho Europeu de Confrarias Eno-gastronómicas, no XIV Congresso Europeu de Confrarias Vínicas e Gastronómicas, que decorreu em Oeiras, a 5 de Novembro, por proposta da Confraria Gastronómica do Alentejo. 
Este prémio foi o reconhecimento do trabalho realizado, de forma artesanal, pela empresa elvense, Frutas Doces – Mário Renato da Conceição, fundada em 1919, por Manuel Joaquim Candeia, que em 1970 cede a propriedade ao afilhado Mário da Conceição, pai do actual gestor, Luís Silveirinha, que assumiu a gerência desta empresa familiar em 1999. Luís Silveirinha Conceição é natural de Elvas, onde reside e desde sempre esteve ligado à produção e comercialização da reconhecida, nacional e internacionalmente Ameixa de Elvas.
A Frutas Doces dedica-se à preparação e confecção de ameixas secas e ameixas em calda, mantendo aquela que é uma das tradições da região de Elvas.

Oito detidos em flagrante delito pela GNR, três deles por furto, durante a passada semana


Oito indivíduos detidos em flagrante delito, três por furto, dois por condução sob influência do álcool, dois por violação de domicílio e introdução em local vedado ao público e um por condução sem habilitação legal e foi o destaque do resultado de um conjunto de operações, no distrito de Portalegre, levado a cabo pelo Comando Territorial Portalegre na semana de 7 a 13 de Novembro, que visaram a prevenção e combate à criminalidade violenta, fiscalização rodoviária, entre outras.
No comunicado enviado, a GNR dá também conta das acções de fiscalização de trânsito, e da fiscalização em geral, evidenciando os seguintes registos: 
Fiscalização de trânsito: 64 infracções detectadas, destacando-se, 19 por excesso de velocidade e Nove por incorrecto acondicionamento da carga.
Quanto à sinistralidade rodoviária, a GNR registou 10 acidentes dos quais resultaram 1 ferido grave e 1 ferido leve. No que à Fiscalização Geral diz respeito, foram lavrados 7 autos de contra-ordenação no âmbito de legislação policial e da legislação da protecção da natureza e do ambiente.
Para além da fiscalização, o Comando Territorial de Portalegre da GNR levou a efeito várias Acções de sensibilização, sendo 25 no âmbito do programa escola segura, 16 no âmbito da operação idosos em segurança tendo sido sensibilizados 24 idosos e seis no âmbito do comércio seguro.

No Dia Mundial da Diabetes Farmácia Campo Maior efectua Rastreio Gratuito de Podologia exclusivo a diabéticos


No dia em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, 14 de Novembro, a Farmácia Campo Maior efectuou ao longo do dia, um Rastreio Gratuito de Podologia, exclusivo a diabéticos.
A iniciativa, com o objectivo do rastreio e da prevenção, teve uma enorme aderência por parte da população, não conseguindo, infelizmente, mais vagas.


Assinala-se hoje o Dia Mundial da Diabetes, este ano subordinado ao tema ‘Olhos na Diabetes’


Hoje, dia 14 de Novembro, assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, uma iniciativa da Federação Internacional da Diabetes (IDF, na sigla em inglês), este ano subordinado ao tema ‘Olhos na Diabetes’. A diabetes é a principal causa de cegueira na população ativa.

A Federação Internacional da Diabetes escolheu este tema pois acredita ser possível viver num mundo sem diabetes, reduzir a mortalidade global, e de forma particular esta especial complicação – a cegueira por diabetes .
Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, sublinha em comunicado enviado às redacções que a diabetes é uma epidemia em muitos países e também em Portugal, no entanto, é passível de ser considerada uma patologia prevenível e tratável. O especialista alerta também que “esta patologia constitui a principal causa de cegueira”, daí a importância atribuída ao tema este ano.
Num outro comunicado enviado às redacções a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta para o facto de a retinopatia diabética ser uma das complicações mais frequentes desta doença.
Segundo dados do Observatório Nacional da Diabetes, há cerca um milhão de diabéticos em Portugal, entre os 20 e os 79 anos de idade, 44% dos quais não diagnosticados.
A diabetes já é considerada a primeira pandemia do século XXI e um dos mais sérios problemas de saúde pública dos tempos modernos.
A nível ocular, a complicação mais frequente da diabetes é a retinopatia diabética, que continua a ser a principal causa de cegueira na população ativa do mundo ocidental. De acordo com a OMS, é responsável por 5% das causas de cegueira no planeta, pelo que é fundamental o seu conhecimento e prevenção.
Segundo o Prof. João Figueira, Coordenador do Grupo Português de Retina e Vítreo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, “para evitar o aparecimento, bem como a progressão da retinopatia diabética, é fundamental promover hábitos de vida saudável, com exercício físico regular, abolição de hábitos tabágicos, sendo fundamental um bom controlo da diabetes, da tensão arterial, da ficha lipídica”.
João Figueira afirma ainda que, “apesar de poder levar à cegueira, esta doença é muitas vezes assintomática, pelo que o doente não se apercebe da gravidade das suas lesões oculares. Por esse motivo, é capital uma consulta regular com o oftalmologista que deve ser feita pelo menos uma vez por ano”.

Colheita de sangue na Escola Secundária de Campo Maior no âmbito do projecto Escola Saudável, dia 17 de Novembro


Na manhã da próxima quinta-feira, dia 17 de Novembro, está marcada uma colheita de sangue na Escola Secundária de Campo Maior.
A iniciativa levada a cabo no âmbito do projecto Escola Saudável, do Agrupamento de Escolas do Concelho, terá lugar entre as 10 e as 13 horas.
A colheita será realizada pelo Serviço de Imunohemoterapia do Hospital de Santa Luzia de Elvas.

V - ERMIDAS, IGREJAS E CONVENTOS DE CAMPO MAIOR, Igreja do Castelo, por Francisco Galego


IGREJA DO CASTELO
(De Santa Clara)      
( De Nª Sr.ª da Assumpção)
A antiga Igreja Matriz, também designada, primeiro de Santa Clara e depois de N.ª S.ª da Assunção, foi erguida provavelmente na segunda metade do século XIII, no interior da cintura medieval onde se localizava a chamada Vila Velha.
Templo  não alheio às inovações, uma vez que, na segunda metade de Quinhentos, ostentava numa das suas torres um relógio mecânico que cronometrava o tempo ao longo do dia e da noite, ao contrário dos seus antecessores, menos rigorosos e impossibilitados de fornecerem as horas durante a noite, dado que se baseavam na observação da altura do sol para medir a passagem do tempo.
Contudo, em 1574, por ser a igreja muito velha e não caber nela o povo, foi decidida a substituição da antiga Matriz por outra mais ampla e edificada em lugar central.
(Estêvão da Gama, p. 47)
“A primitiva igreja matriz (Igreja de Santa Clara do Castelo) foi no lugar onde hoje se vê o armazém que agora serve de teatro e uniam-se com a igreja as 16 habitações onde estiveram provisoriamente recolhidos, por 64 anos, os frades franciscanos depois da demolição, em 1645, do convento com a invocação de S. António que tinham fora da vila. Só em 1709 passaram elas para o novo (o actual Convento de S. Francisco), onde estiveram até à extinção das ordens religiosas em 1834.”
(João Dubraz, p. 193)
            (Em 1732) “No Convento antigo dos frades de S. Francisco, que era no Castelo e na Igreja que agora era armazém, se descobriu uma imagem do Padre Eterno que havia mais de 400 anos que estava oculta e, principiando a piedade católica a venerá-la, principiou o mesmo Senhor a fazer milagres e a concorrerem romeiros, de sorte que, com as esmolas, se lhe fez uma nova Igreja com boa arquitectura e se estava a aumentá-la e orná-la com tudo o que fosse possível.”
            Quando se deu o rebentamento do paiol que estava na torre grande, “arruinou-se a Igrejinha do Senhor do Castelo, mas a capelinha em que está o Senhor ficou sem lesão.”
(Estêvão da Gama, p.s 136 e 138)

 Nota: O primeiro convento - O Convento de Santo António -  localizava-se no actual Campo da Feira, mais ou menos onde estão as instalações comerciais pertencentes à família Garrancho. Note-se também que, a meio da Rua de São Francisco, do lado direito de quem sobe, fica a Ruínha de Santo António que dava acesso ao referido convento, antes de esta rua ter sido cortada pela construção da cortina de muralha que unia o Baluarte de S. Francisco, ao Baluarte da Fonte do Concelho. A ruínha de agora, termina numa escadaria construída para se ter acesso à estrada militar que ficava do lado de dentro da fortaleza, ficando do lado de fora o fosso que foi tapado para construção do terreno que serve de estacionamento e de chão das feiras. Assim, os nomes destas duas ruas, testemunham a existência neste lugar do desaparecido Convento de Santo António, de monges franciscanos, demolido por volta de 1645, devido à necessidade de tornar a vila uma praça de guerra capaz que suster qualquer tentativa de invasão de Portugal por tropas castelhanas, na eminente Guerra da Restauração. Os monges foram provisoriamente instalados no castelo, no lugar da antiga matriz. (1640 - 1668).