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V - ERMIDAS, IGREJAS E CONVENTOS DE CAMPO MAIOR, Igreja do Castelo, por Francisco Galego


IGREJA DO CASTELO
(De Santa Clara)      
( De Nª Sr.ª da Assumpção)
A antiga Igreja Matriz, também designada, primeiro de Santa Clara e depois de N.ª S.ª da Assunção, foi erguida provavelmente na segunda metade do século XIII, no interior da cintura medieval onde se localizava a chamada Vila Velha.
Templo  não alheio às inovações, uma vez que, na segunda metade de Quinhentos, ostentava numa das suas torres um relógio mecânico que cronometrava o tempo ao longo do dia e da noite, ao contrário dos seus antecessores, menos rigorosos e impossibilitados de fornecerem as horas durante a noite, dado que se baseavam na observação da altura do sol para medir a passagem do tempo.
Contudo, em 1574, por ser a igreja muito velha e não caber nela o povo, foi decidida a substituição da antiga Matriz por outra mais ampla e edificada em lugar central.
(Estêvão da Gama, p. 47)
“A primitiva igreja matriz (Igreja de Santa Clara do Castelo) foi no lugar onde hoje se vê o armazém que agora serve de teatro e uniam-se com a igreja as 16 habitações onde estiveram provisoriamente recolhidos, por 64 anos, os frades franciscanos depois da demolição, em 1645, do convento com a invocação de S. António que tinham fora da vila. Só em 1709 passaram elas para o novo (o actual Convento de S. Francisco), onde estiveram até à extinção das ordens religiosas em 1834.”
(João Dubraz, p. 193)
            (Em 1732) “No Convento antigo dos frades de S. Francisco, que era no Castelo e na Igreja que agora era armazém, se descobriu uma imagem do Padre Eterno que havia mais de 400 anos que estava oculta e, principiando a piedade católica a venerá-la, principiou o mesmo Senhor a fazer milagres e a concorrerem romeiros, de sorte que, com as esmolas, se lhe fez uma nova Igreja com boa arquitectura e se estava a aumentá-la e orná-la com tudo o que fosse possível.”
            Quando se deu o rebentamento do paiol que estava na torre grande, “arruinou-se a Igrejinha do Senhor do Castelo, mas a capelinha em que está o Senhor ficou sem lesão.”
(Estêvão da Gama, p.s 136 e 138)

 Nota: O primeiro convento - O Convento de Santo António -  localizava-se no actual Campo da Feira, mais ou menos onde estão as instalações comerciais pertencentes à família Garrancho. Note-se também que, a meio da Rua de São Francisco, do lado direito de quem sobe, fica a Ruínha de Santo António que dava acesso ao referido convento, antes de esta rua ter sido cortada pela construção da cortina de muralha que unia o Baluarte de S. Francisco, ao Baluarte da Fonte do Concelho. A ruínha de agora, termina numa escadaria construída para se ter acesso à estrada militar que ficava do lado de dentro da fortaleza, ficando do lado de fora o fosso que foi tapado para construção do terreno que serve de estacionamento e de chão das feiras. Assim, os nomes destas duas ruas, testemunham a existência neste lugar do desaparecido Convento de Santo António, de monges franciscanos, demolido por volta de 1645, devido à necessidade de tornar a vila uma praça de guerra capaz que suster qualquer tentativa de invasão de Portugal por tropas castelhanas, na eminente Guerra da Restauração. Os monges foram provisoriamente instalados no castelo, no lugar da antiga matriz. (1640 - 1668).


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