A primeira igreja matriz de Campo Maior, dedicada a Santa Clara, ficava dentro dos muros do primitivo castelo, no local onde agora se situa um armazém que, até ao início do século XX, serviu de salão para festas, bailes, representações teatrais e outros divertimentos. Este edificio ainda conserva na sua fachada a bilheteira que dá testemunho desta utilização.
O crescimento da vila e da população, entre os séculos XII e XVI, tornou esta igreja demasiado pequena e de difícil acesso, porque localizada fora da nova zona urbana para onde crescera a povoação. Daí a necessidade de ser construida uma nova igreja. A igreja foi dedicada a Nª Sr.ª da Expectação, nome que foi também dado a uma das duas freguesias urbanas que existem em Campo Maior.
Esta nova matriz que o povo durante muito tempo designou como a “Igreja Nova”, foi construida entre 1570 e 1646. No seu patio lateral leste, foi construida a Capela do Calvário, em 1707. Nos meados do séc. XVIII procedeu-se à colocação dos altares, das tribunas, do cadeiral do altar-mor e à pintura do altar do Santíssimo Sacramento.
Em 1766, no mesmo pátio lateral, foi construída a Capela dos Ossos, em memória das mortes provocadas pela explosão do paiol que estava na torre de menagem, por efeito de um raio, durante uma trovoada, em 16 de Setembro de 1732, entre as três e as quatro horas da madrugada. Das cerca de mil habitações que compunham a vila, cerca de 800 ficaram total ou parcialmente destruidas. A própria igreja matriz ficou muito danificada. Igrejas, conventos e edifícios em geral, sofreram os desastrosos efeitos da explosão.
Numa população de cerca de 5.000 habitantes, morreram cerca de 250 pessoas e ficaram feridas cerca de 2.000.
Graças à rápida decisão de D. João V que ordenou que se acudisse com importante socorro, a vila foi restaurada em pouco tempo para que pudesse acolher a população sobrevivente e para garantir a sua função de praça de guerra, defendendo a fronteira de qualquer tentativa de invasão que poderia ocorrer. E a memória de tal possibilidade estava bem presente devido ao cerco sofrido em 1712 que, devido a uma tenaz resistência, tão importante fora para garantia da independência, da paz e da segurança do nosso território.
Francisco Galego
Sem comentários:
Enviar um comentário