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Opinião: SOBRE O SÍTIO DE SÃO PEDRO (O estado actual do conhecimento), por Francisco Galego

Imagem da zona de São Pedro em Campo Maior. Imagem google maps

No quadrante SE do distrito de Portalegre encontramos “necropolizações” de espaços
habitados no vicus ou villa de S. Pedro dos Pastores, em Campo Maior.

Frase transcrita  do relatório de uma investigação arqueológica processada no sítio de S. Pedro que apresenta importantes informações sobre este local, como:
- Esta vasta área de São Pedro deverá entender-se como um só sítio de ocupação humana durante o período romano, tardo-romano e alto-medieval que compreende uma zona habitacional (possível villa ou mansio), dita “Defesa de São Pedro” e São Pedro dos Pastores” e uma zona religiosa e funerária na área da “Ermida de São Pedro”. Hoje não é possível observar qualquer vestígio, pois parte foi absorvida pela construção de um bairro de habitação e o resto foi tapado, restando somente um campo abandonado. Foi identificado um núcleo habitacional de época romana, assim como um complexo termal.
- A escavação evidenciou parte das construções integradas numa sequência estratigráfica entre os séculos I e V/VI, bem como numeroso espólio, em depósito na reserva arqueológica de Campo Maior. Os vestígios de construções estavam em óptimo estado de conservação, chegando alguns muros a conservarem ainda 3 metros de altura.
- Uns anos depois foi descoberto mais um conjunto de construções romanas, mas os níveis de utilização e abandono associados a estas estruturas parecem apontar para uma cronologia romana tardia, provavelmente do séc. V. No topónimo das Hortas de São Pedro, foi identificada uma inscrição funerária assim como um tanque revestido a mármore. Esta área pode corresponder a Ad Septem Aras.
No entanto, o que reteve a nossa atenção ao ler os relatórios de escavação de 1992 e 2001, foi a natureza das descobertas e a indicação da proximidade dos vestígios romanos e tardo-romanos (necrópole) junto da Ermida. O sítio de ocupação romana identificado na Defesa de São Pedro compreende um pátio porticado a Sul e a Este, três compartimentos a Norte (A, B e C); no centro do pátio foi descoberta uma espécie de fonte quadrada, todo o conjunto sendo pavimentado por tijoleira. Não se sabe se se trata de termas ou de uma zona agrícola. Este conjunto parece ter sido, porém, abandonado algures durante o século III ou IV, tendo logo a seguir sofrido um incêndio.
Pouco tempo depois, este sítio foi transformado em necrópole, uma vez que os compartimentos e o pórtico foram cortados por doze sepulturas de características tardo-romanas, uma das quais em sarcófago.
In, Mélanie Wolfram, A cristianização do mundo rural no sul da Lusitania.Tese de doutoramento defendida na Faculdade de Letras de Lisboa, em 2011. Anexo 1, pág. 144.
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