A Arquidiocese de Évora, em comunicado, divulgou o documento com as "Orientações para a Reabertura das Igrejas e Preparação para as Celebrações Comunitárias da Fé", assinado pelo Arcebispo de Évora, que a seguir transcrevemos.
Tendo terminado o estado de emergência e iniciado a
situação de calamidade pública com o progressivo desconfinamento a que somos
chamados neste momento de transição para as celebrações comunitárias da fé,
agradeço ao estimado Povo de Deus o acolhimento dado às Orientações da
Conferência Episcopal Portuguesa (02.03.2020; 13.04.2020; 02.05.2020) e às minhas
(10.03.2020; 13.03.2020), bem como às das autoridades governamentais e de
saúde.
Continuamos numa situação de grande contenção,
pois, como todos sabemos, a ameaça ainda
não foi ultrapassada nem vencida definitivamente,
e, como nos pede o Papa Francisco, “devemos acolher a graça da prudência e da
obediência às orientações oficiais, para que a pandemia não regresse”. Como
referi sobre este tema, neste reinício das celebrações comunitárias da fé, “é
preferível uma peugada segura do que uma derrapagem dolorosa”.
Sabemos que, em princípio, o reinício das
celebrações comunitárias da fé acontecerá na véspera da Solenidade do Pentecostes (30 de Maio). No
entanto, ainda estamos dependentes da avaliação que será feita pelo Governo no
final da primeira etapa do desconfinamento. Apesar disso, e enquanto aguardamos
novas orientações da Conferência Episcopal Portuguesa, deixamos para este
momento de transição algumas orientações:
1. As Igrejas e Capelanias poderão abrir as suas
portas, durante o dia, para oração individual dos fiéis, de acordo com as
necessidades pastorais e os costumes de cada localidade/comunidade. Para isso,
devem ter na entrada um dispensador de Solução Antisética de Base Alcoólica
(SABA) bem como um cartaz a indicar o uso obrigatório de máscara, o
distanciamento social e não contacto com superfícies, imagens ou outros elementos;
deve ser providenciado o não uso de água nas pias de água benta, no profundo
respeito pelas exigências sanitárias;
2. Perante as várias questões colocadas pelos
párocos em relação ao agendamento de celebrações comunitárias, lembro que os
Sacramentos que exijam contacto e impliquem unção (Baptismo, Confirmação, Unção
dos Doentes) devem ser adiados para o próximo Ano Pastoral, excepto em
situações de assinalável gravidade. Deverão ser também adiadas as Celebrações
da Primeira Comunhão e Profissão de Fé;
3. Em relação à Celebração dos Matrimónios é
aconselhável o seu adiamento para o próximo Ano Pastoral. Aguardamos a evolução
da situação epidemiológica e as orientações a emanar pela Conferência Episcopal
Portuguesa para as celebrações comunitárias;
4. Relativamente ao Sacramento da Reconciliação,
deverá ser escolhido um espaço adequado onde poderão ser cumpridas todas as
normas de segurança de saúde bem como garantir o necessário distanciamento
entre o confessor e o penitente, sendo sempre salvaguardado o inviolável
segredo de confissão;
5. Todas as Festas, Procissões, Acampamentos ou
actividades que impliquem um significativo aglomerado de pessoas e apelem a
festejos posteriores deverão ser também adiadas para o Próximo Ano Pastoral;
6. Em relação à Catequese, bem como a outras acções
formativas, deverão continuar a ser realizadas através das plataformas digitais
até ao final deste ano catequético;
7. As Exéquias cristãs poderão celebrar-se com a
presença de familiares, seja na Igreja ou na Casa Mortuária ou, como até ao
momento, com encomendação no Cemitério. Deverá ter-se em consideração a
dimensão do espaço para a celebração, atendendo ao número de familiares
presentes.
Agradeço, mais uma vez, a dedicação dos párocos e
demais sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, bem como de todos os profissionais de
saúde, forças de segurança e de socorro, aos Bombeiros, às Santas Casas da Misericórdia e
Centros Sociais Paroquiais e a quantos neste tempo de epidemia se têm dedicado
à ajuda dos que mais necessitam, sobretudo os mais frágeis e indefesos.
Neste tempo, mais do que nunca, somos chamados a
ser Discípulos Missionários da Esperança pelo acolhimento e pela disponibilidade para a
todos servir.
Imploramos de Deus todas as graças e bênçãos, para
quantos foram e são atingidos por esta epidemia, nomeadamente os que faleceram,
os doentes e suas famílias. Que Nossa Senhora,
Mãe de Jesus, interceda por todos nós.
Évora, 5 de Maio de 2020
+ Francisco, Arcebispo de Évora
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