“Onde está a Camarila” é o título do livro apresentado pela escritora Joana Santos, no dia 11 de Maio em Torres Novas. O Livro descreve e espelha memórias da autora, onde o terreno da acção fundamental é Campo Maior e o Alentejo de antigamente. Vários campomaiorenses, amigos e colegas de escola da autora, marcaram presença na apresentação.
A seguir transcrevemos a notícia do jornal O Almonda, de Torres Novas.
Sábado, 11 de maio, com o auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes repleto de amigos e familiares da Professora Joana Santos, decorreu a apresentação do livro desta autora, “Onde está a Camarila”.
Memórias, recordações e muitas emoções traduzidas neste livro que fala ao coração e conta estórias, de tal forma entusiasta que o leitor depressa consegue vestir a pele das personagens e viajar no tempo e no espaço e entrar no cenário descrito, tal é a clareza e a objectividade com que a autora coloca no papel as lembranças que lhe afagam a alma e que em boa hora quis partilhar nesta obra. A tarde desta apresentação começou da melhor forma, com um mini concerto do Grupo La Fontinha aplaudido com entusiasmo pelo público presente.
As primeiras palavras foram proferidas pela Professora Joana Santos que teve de segurar a emoção do momento, para dizer um muito obrigada a todos quantos a acompanhavam. “Olhar para esta sala é sentir o vínculo que me liga a cada um de vós. A única palavra que me ocorre dizer é obrigada.
Sinto-me obrigada no sentido mais profundo, naquele que nos vincula, que nos compromete, que nos obriga, naquele terceiro nível do tratado de gratidão que só o português atinge, segundo S. Tomás de Aquino. E eu olho-vos... Olho esta plateia... E sinto-me devedora a tanta, tanta gente!
Vieram de vários pontos do concelho de Torres Novas, mas também de Campo Maior, de Elvas, de Portalegre, do Porto, de Coimbra, da Lousã, de Lisboa, de Montemor, de Abrantes. Estou em crer que todos vieram à procura do reencontro com aquilo que nos liga – o tempo.
A apresentação do livro é apenas o pretexto”, começou por dizer a autora com a voz algo embargada por um misto de sentimentos, presididos por uma enorme gratidão. “Apercebemo-nos, ao longo da
vida, que há um tempo para aprender; outro para viver e outro para recordar. “Somos todos anjos de uma só asa” diz o poeta, “Só podemos voar quando nos abraçamos uns aos outros.”
É isso que aqui temos: uma coletânea de crónicas/memórias que mais não são do que o resultado desse enleio, desse desassossegado enleio, em que todos nos enredámos, na força de uma palavra, de um estímulo, de uma emoção partilhada, de uma memória vivida”, acrescentou ainda, repetindo um
enorme obrigada.
Coube à professora Ana Paula Salgado que integra a equipa dirigente do Agrupamento de Escolas D. Dinis, em Lisboa, fazer a apresentação da obra. Depois de parabenizar os La Fontinha pela sua apresentação de excelência, reteve uma frase de uma das suas músicas que se apressou a partilhar: “Há qualquer coisa para acontecer e essa coisa é linda”. “Hoje estava para acontecer esta coisa linda que veio despertar o interesse pela leitura de crónicas que se passam em locais tão diferentes, mas onde o terreno da acção fundamental é Campo Maior e o Alentejo de antigamente.
Os adjectivos e os advérbios que usa para as suas descrições são de tal forma de origem pictórica,
que conseguimos ver as imagens e os costumes do Alentejo, mas de outras terras representadas no livro. Quem não leu, tem de ler. Todos os ambientes nos transportam para um Portugal tão rico.
Episódios desde a matança do porco, os tempos de escola, as estações do ano ou os bolinhos de Nossa Senhora, deliciando o leitor com todos estes pormenores. Tudo isto, fruto da forma como a Joana vê o mundo, chamando as coisas pelos nomes”
António Lúcio Vieira, amigo da autora e reconhecido poeta é o autor do prefácio da obra e não deixa por mãos alheias rasgados elogios à escritora e à forma como partilha as memórias neste livro.
“Há um poema, ia arriscar um romance, em cada uma destas tuas estórias, Joana. Fica-se cativo desta mão cheia de tão tocantes crónicas, que agora nos deste à luz. Possivelmente não acreditarás, mas sempre te vejo como uma irresistível força da natureza; guerreira pois e escritora de méritos e seivas. Há tanto de belo nas veias destes escritos. Tocam os extremos do sentir”.
Por fim, Pedro Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Torres Novas parabenizou a professora Joana que já considera uma torrejana e uma torrejana muito acarinhada “e que nos toca a todos e que tem de ser uma pessoa muito especial”. Por fim, a sessão de autógrafos que parecia não ter fim. Mas não sem antes a professora Joana ser ovacionada de pé pelo público que não se cansava de aplaudir a obra e a escritora.
Célia Ramos/O Almonda
Sobre a autora:
Joana Anastácio Lopes dos Santos. Nasceu em Borba a 16 de Dezembro de 1953.
Passou parte da infância e da adolescência em Campo Maior, onde frequentou a colégio de São João.
Trabalhou num escritório de despachante oficial da Alfândega de Lisboa, foi funcionária Sindical do STAL. Licenciou-se em Línguas e Literatura Moderna, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Foi formadora, professora e directora da Escola Profissional de Torres Novas. Durante mais de uma década leccionou, como voluntária, língua e cultura Portuguesa na Universidade Sénior Francisco Canais Rocha de Torres Novas.
É casada e vive em Torres Novas desde 1976.
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