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DO NOSSO PATRIMÓNIO CULTURAL ...(CANTAR E BAILAR AS SAIAS), por Francisco Galego

O património cultural de Campo Maior não consiste apenas, nos muros que restam do tempo passado. Campo Maior é uma terra habitada por uma comunidade que teceu uma história e uma cultura muito próprias. 
As Festas do Povo são a prova maior do poder de atracção que têm as manifestações duma legítima cultura local, que é muito nossa. Mas, sendo muito notáveis, não são a única realização própria da cultura campomaiorense.
“cantar e bailar as saias” constitui também, uma extraordinária manifestação da cultura campomaiorense. Infelizmente, a falta de cuidado que se está a verificar com a sua conservação, faz com que esteja tão ameaçada de desaparecer da nossa memória colectiva, como estiveram as muralhas das nossas fortificações que foram caindo e só recentemente se começou a recorrer aos meios necessários para as restaurar.
            Sendo Campo Maior a terra que ainda mais preserva este hábito de “cantar e bailar as saias” e, havendo tantos milhares de campomaiorenses a viver longe de Campo Maior, porque não organizar verdadeiros festivais de saias? Não em espectáculo de palco como, à revelia da tradição, agora se vai fazendo. Mas numa autêntica animação das ruas e das praças, como devem ser cantadas e dançadas “as saias”, para que sirvam de pretexto para que os nossos emigrantes, os visitantes e as novas gerações, se sintam motivados e compensados ao visitarem a nossa terra. Tenho a certeza de que muitos teriam tanto orgulho em mostrar esta manifestação cultural aos seus descendentes e aos visitantes, como têm de ver e mostrar as “Festas do Povo de Campo Maior”, tanto mais que, este festival, teria a vantagem de poder ser anual.
            Claro que se propõe que, para preservação da verdadeira tradição, as saias deviam ser cantadas e dançadas em “bailes de roda”, numa “toada de valsa lenta” e “armadas ao desafio” para construirem diálogos, ora de “amável converseio” ora “chistes de escárnio e de mal-dizer”.    
            Mas isto sou eu a imaginar...

Francisco Galego

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