Menus Paginas

"Habemus" novo Pároco em Campo Maior. Padre João Luís Gonçalves da Silva foi o escolhido pela Arquidiocese de Évora

As Paróquias de Campo Maior já têm novo Pároco.
Trata-se do padre João Luís Gonçalves da Silva, que foi nomeado pároco das paróquias de Nossa Senhora da Expectação e S. João Baptista, em Campo Maior. O Pároco fica assim desvinculado das funções que desempenhava nas paróquias do Concelho de Coruche.
O arcebispo de Évora, com data de 18 de Julho, publicou nomeações de presbíteros e diáconos para o novo ano pastoral 2017/2018. No sítio online da Arquidiocese de Évora, D. José Alves publicou nomeações de párocos e fez outras nomeações de presbíteros, como a do padre João Luís Gonçalves da Silva que vai também passar a ser capelão do Mosteiro da Ordem da Imaculada Conceição e da Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior. O Padre João Luís Silva veio, a partir de agora, ocupar o lugar do saudoso Cónego Donaciano Marques Afonso.

Natural de Chaves, de cinquenta anos de idade, sacerdote há 11 anos, o padre João Luís Gonçalves da Silva, em 2013, ainda em funções em Coruche, concedeu uma entrevista ao Jornal "A Defesa", mais concretamente ao Jornalista Campomaiorense Pedro Conceição, onde fala um pouco da sua vida e do seu percurso vocacional. Aqui deixamos um excerto dessa entrevista, publicada em Janeiro de 2013 no Jornal "A Defesa".

“a defesa” - Pode contar-nos um pouco do seu percurso vocacional?
Pe. João Luís (J.L.) - Costumo afirmar que é a mesma história de Amor contada de maneira diferente. Porque se trata do mesmo Deus que nos chama, só que a realidades diferentes.
Nasci em Chaves há 46 anos, tenho uma irmã gémea. Fiz o percurso escolar normal até ao 8.º ano, no qual chumbei. Depois deixei de estudar e fui trabalhar para o comércio. Aos 20 anos voltei a estudar, à noite, tendo concluído o ensino secundário. Com 25 anos entrei na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde me licenciei em Educação de Adultos e Desenvolvimento Comunitário.
Ainda dei aulas durante dois anos. Mas com 32 anos entrei para o Seminário. 

“a defesa” - Trata-se de uma vocação “tardia”? 
J.L. - Efectivamente. Existiram várias situações que me indicaram este caminho, sobretudo os grupos de jovens a que pertenci, o trabalho que desenvolvi no Departamento da Juventude da Diocese de Vila Real, assim como toda a envolvência que tinha na Paróquia.
Quando acabei o curso, os irmãos Maristas tinham um projecto de abrir uma escola em Moçambique.
Convidaram-me para ir participar no projecto e eu aceitei. E nesses três meses que estive em Moçambique, onde não tínhamos água nem luz, senti verdadeiramente o chamamento a uma vida de entrega a Deus. De facto, já o sentia quando participava na Paróquia, mas foi essa experiência que tornou tudo mais claro.
Mas como tudo deve ser bem pensado, estive ainda dois anos a leccionar, tendo depois entrado na congregação da Missão que são os Padres Vicentinos, porque sempre senti um desejo grande de ser missionário. Assim, entrei no Seminário, fiz os estudos na Universidade Católica do Porto e de Lisboa, tendo sido ordenado sacerdote há 7 anos.

“a defesa” - Como é que veio para Arquidiocese de Évora?
J.L. - Como sacerdote vicentino estive três anos em Ponte de Sôr, sendo que nessa altura o senhor D. José Alves era bispo de Portalegre - Castelo Branco.
Depois desses três anos quis fazer uma experiência de trabalhar numa Paróquia e o senhor D. José, que já era Arcebispo de Évora, propôs-me se queria estar em Elvas onde ajudei, durante nove meses, o Pe. Francisco Couto.
No Ano Sacerdotal, o senhor Arcebispo perguntou-se se eu queria fazer uma experiência na Diocese como Pároco e eu aceitei, Assumi nessa altura a Paróquia de Azervadinha, sendo que ainda pertencia à congregação dos Padres Vicentinos. Nessa altura, chegou o momento de decidir se partia em missão, ou se ficava por cá. Então decidi ficar porque senti que se S. Vicente de Paulo passasse por aqui ficava. Além disso gosto muito do trabalho de Pároco e gosto da Arquidiocese de Évora. Entretanto, o senhor D. José fez convite para ficar e eu aceitei de imediato.

“a defesa” - Encara assim esta Diocese como terra de missão?
J.L. - Sem dúvida. Caracterizando um pouco as Paróquias, tratam-se de Paróquias rurais, onde naturalmente senti que tem que haver a necessidade de alguém estar presente. Penso que o facto de residir aqui já é uma factor de evangelização, porque as pessoas sentem essa proximidade e vive-se, de facto, um espírito de família e de comunidade muito bonito.
Nestas Paróquias também percebi que as pessoas não podem amar aquilo que não conhecem. Portanto, dando Deus através dos sacramentos e do testemunho de vida reconhecem que pertencem a Deus. Portanto, esta é a missão que sinto, levar a Boa Nova a toda a gente.
(...)
“a defesa” - O contexto social muito difícil como o que vivemos, também se sentem nestas paróquias?
J.L. - Sem dúvida. De facto há muita pobreza escondida. Nas quatro paróquias que englobam sete locais de culto, sinto e sei que há famílias que têm necessidades básicas, nomeadamente, em termos de alimentação. E é preciso estar muito atento a estas realidades, que, de facto, nos últimos meses têm aumentado.
Por exemplo, no tempo do Advento recolhemos alimentos para distribuir. E sei que há pessoas que anonimamente ajudam os mais carenciados. Em suma, tem-se feito alguma coisa, mas sinto que não é
suficiente.

“a defesa” - Que comunidade cristã deseja para as paróquias?
J.L. - Desejo ter as que tenho (risos). De facto, são comunidades muito boas, que gostam de aprender, que acolhe os mais carenciados. São comunidades que estimam o seu Pároco.
Gostaria que crescessem todos os dias mais em Cristo e em Igreja. O importante é que os paroquianos
amem cada vez mais a Igreja como uma Mãe, independentemente do Paróco que serve em determinado momento. Penso que isso já acontece, mas gostaria que acontecesse ainda mais.
(...)
“a defesa” - Deixe uma mensagem aos seus paroquianos que são assinantes de “a defesa”?
J.L. - Desejo que sintam a alegria de pertencer a Deus, pois é o mais importante. Gosto muito deles e sinto-me verdadeiramente pastor com o rebanho que Deus me confiou.
E gostava de lhes dizer de uma maneira muito especial que uma vida sem Deus é uma vida muito vazia. E que uma vida com Deus, apesar das dificuldades, é uma vida cheia de alegria. Que não tenham medo de crescer com Deus e para Deus e assim certamente sentir-se-ão muito bem.

Sem comentários: