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OPINIÃO - DEO - documento de embrulhada ornamental

OPINIÃO
Luís Toscano
Este Governo já nos tem habituado ao contínuo atropelo de todas as técnicas e recomendações de comunicação institucional. Procura-se ‘spin doctor' para o Governo.

É que começa a ser aflitivo tanta embrulhada junta.
Depois de mais de cinco horas reunido na última segunda-feira, o Conselho de Ministros aprovou o Documento de Estratégia Orçamental. O normal seria apresentar o documento após a reunião. Não apresentou e remeteu para terça-feira a apresentação das grande linhas orçamentais para os próximos quatro anos.
Pois bem, na terça-feira chegou a noticia que devido a questões técnicas e de complexidade elevada seria adiado, mais uma vez, a apresentação do já retardado documento para quarta-feira. Feito em cima do joelho e remendado, o Governo empurra a divulgação e explicação das medidas que constam do DEO, e que incluem uma solução para tornar permanentes os cortes de salários e de pensões para o último dia do prazo dado por Bruxelas. Já deve ter notado que algo não está bem no reino de Passos, Portas e Albuquerque. Confirma-se que este Governo é especialista e tem sido mesmo exemplar de como não se deve comunicar com o País.

O que escondem mais uma vez? Houve divergências profundas durante o Conselho de Ministros? O que tentam ocultar dos portugueses a menos de um mês de um acto eleitoral? Não há consenso na maioria? Que expectativas querem criar no eleitorado? Onde vai cortar os 1400 milhões de euros para alcançar o défice de 2,5% em 2015? Pois, olhando para o historial não é dificil perceber o que pode vir ai.
A não ser que as eleições levem a mais uma duplo mortal com uma pirueta e meia à retaguarda.O DEO, que poderia ser um compromisso sério, credível e de algum consenso em matérias nucleares para as reformas estruturais e potencialmente transformadoras que o País tanto precisa, passados três anos dos apregoados cortes nas gorduras do Estado, é mais um ataque não à gordura, mas ao osso dos portugueses. DEO nos livre desta gente. O DEO, que poderia ser um compromisso sério, credível e de algum entendimento com o PS em matérias nucleares, provou que nem dentro da própria maioria há consenso.

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