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O prometido é devido! Ministro Castro Almeida com flores de Campo Maior na mesa de trabalho


EDITORIAL


O assunto que aqui trago hoje é sobre um antigo ditado popular, "o prometido é devido", com um episódio passado em Campo Maior.
A história, para além de algumas testemunhas, tem dois protagonistas: o Ministro Manuel Castro Almeida e Céu Militão, funcionária do Centro Comunitário de Campo Maior. Tudo aconteceu no dia 8 de Maio, em plena campanha eleitoral para as eleições legislativas, com a visita de Castro Almeida a Campo Maior, na condição de candidato a deputado pelo círculo de Portalegre.
Um dos locais que teve oportunidade de visitar foi precisamente o Centro Comunitário de Campo Maior, onde funcionam ateliers que se dedicam a várias atividades, entre as quais a elaboração das Flores de Papel, que dão corpo às mundialmente conhecidas "Festas do Povo".
Castro Almeida não só teve a oportunidade de ficar a conhecer a história das Festas do Povo, ex-líbris desta vila alentejana, como ainda apreciou o método e a arte exigida para a elaboração das flores de papel. Com a simpatia que lhe é conhecida, a Céu Militão, depois da demonstração e explicações, fez questão de oferecer um pequeno bouquet de flores de papel a Castro Almeida.
Enquanto este episódio se ia desenrolando, num ambiente típico de campanha eleitoral, alguns pedidos iam sendo formulados ao candidato, um dos quais, repetidamente. "Senhor Ministro, não se esqueça de nós, não se esqueça destes territórios do interior", como que lembrando os candidatos daquela máxima popular que diz que «os políticos prometem, prometem e depois não fazem nada».
Foi então que Castro Almeida, à saída, na pessoa da Céu Militão afirmou: "se vencermos as eleições, e se voltar ao Governo, irei colocar estas flores no meu gabinete" - com a promessa do envio da fotografia -, simbolizando dessa forma o seu propósito de que "não vou esquecer nem esta, nem nenhuma outra região do país", afirmou.
E aí está. Cumprindo o que prometeu, o agora Ministro da Economia e da Coesão Social, Manuel Castro Almeida, enviou-nos a fotografia com as Flores de papel de Campo Maior colocadas na secretária do seu gabinete de trabalho.
Será caso para dizer que, afinal o adágio popular ainda é levado à letra por alguns, e assim sendo, neste caso, poderemos certamente contar com o empenho deste governante para a resolução dos problemas da nossa região.

Joaquim Folgado

EDITORIAL - Campomaiornews - No rescaldo das eleições legislativas 2025


Encerrado o processo eleitoral e conhecidos os resultados, no concelho de Campo Maior deparamo-nos com um cenário no mínimo surpreendente. O partido CHEGA (CH) venceu em toda a linha, em todas as freguesias do concelho.
Um concelho onde a hegemonia do Partido Socialista (PS) parecia incontestável em qualquer tipo de eleições, das autárquicas às presidenciais, passando pelas europeias e pelas legislativas. Nas presidenciais, que mesmo não tendo um cariz partidário direto têm sempre os partidos a apoiar algum candidato, recorde-se que até nas eleições presidenciais de 2006, Campo Maior foi o único concelho do país onde Mário Soares, o histórico fundador do partido, venceu como candidato apoiado pelo PS, e Manuel Alegre, ficou em segundo lugar.
Assim, estes resultados não são apenas surpreendentes, são históricos. E Campo Maior não é um caso isolado. Veja-se os resultados obtidos a nível distrital, com Portalegre também a ser dominado pelo CH, a par do que se verificou a sul do Tejo, onde apenas o distrito de Évora resistiu a este autêntico tsunami eleitoral. Em sentido contrário, no resto do país, verificou-se a subida da Aliança Democrática (AD), pintando o mapa de laranja.
Em resumo, a AD e o CH são os claros vencedores destas eleições, e o PS, bem como todos os partidos de esquerda (à excepção do LIVRE), foram os grandes derrotados.
Olhando para estes resultados, não será fácil fazer uma análise isolada do concelho de Campo Maior. A abordagem, a meu ver, tem de ser mais abrangente, no sentido de se encontrarem as razões que expliquem o que aconteceu. É, no entanto, fácil verificar que o CH ganhou terreno principalmente nos distritos onde, tradicionalmente, dominava a esquerda através do PS e/ou da CDU.
Deixando as análises mais pormenorizadas para os especialistas em sociologia, não posso deixar de dar o meu parecer. Estamos a assistir a uma transformação, que tem sido crescente, na forma como os eleitores encaram o voto. O voto “ideológico” transformou-se em voto “sociológico”. Não quero com isto dizer que as pessoas estejam a mudar de ideologia política. Apenas me refiro à "forma" de votar. Os eleitores estão a deixar de lado a ideologia e estão a mostrar preocupação com as questões sociais que os afetam, direta ou indiretamente.
Questões como a segurança, a imigração, a habitação, o acesso à saúde, o emprego, são hoje – e sempre foram - as verdadeiras preocupações dos portugueses. Parece que a dicotomia esquerda-direita pertence ao passado. As pessoas estão desiludidas com quem os tem governado precisamente por sentirem que não resolvem os seus problemas. Porque razão a alteração do sentido de voto foi a que foi?
Foi apenas ressentimento, foi uma questão de comunicação, ou falta dela, foi uma questão de mudança de ideologia ou falta de apresentação de propostas políticas? À sociedade em geral e aos atores políticos, nomeadamente aos partidos, cabe certamente uma profunda reflexão sobre estas questões a que ninguém deve estar alheio, por forma a encontrar respostas que permitam resolver os problemas das pessoas.
E é importante não esquecer que, em breve, seremos de novo chamados às urnas.

Joaquim Folgado



Celebrar a Liberdade, mantendo vivo o espírito de Abril estampado no sorriso das crianças


Celembram-se hoje 48 anos da Revolução de 25 de Abril de 1974. Há precisamente dois anos, em 25 de Abril de 2020, escrevi o seguinte texto:

Em tempos de isolamento social e estado de emergência, devido à pandemia do covid-19, as celebrações da data primordial da nossa democracia, o 25 de Abril de 1974, ficam confinadas, essencialmente, às plataformas digitais e redes sociais.
Ainda assim, faz-se em Liberdade, mas com responsabilidade. A responsabilidade de lutar contra um inimigo invisível que veio colocar à prova a capacidade de resistência do ser humano.
Hoje a luta não é igual. Não são as forças armadas a derrubar um sistema opressivo e a por fim a uma guerra colonial que dizimou milhares de portugueses. Hoje são os "soldados da paz e da vida" que lutam para defender as nossas vidas deste vírus, um inimigo traiçoeiro e invisível.
Há 46 anos, o Povo saiu à rua para festejar a Liberdade. Hoje, o mesmo Povo, mantém-se em casa para garantir e defender a mesma Liberdade. Tal como em Abril de 74, também agora, acredito, vamos vencer.
Esta data continuará a ser lembrada no futuro e serão lembrados os que, um dia, saíram à rua e os que, em outros dias, tiveram que ficar em casa para vencer.
Celebrando esta data, independentemente das circunstâncias, é fundamental cumprirmos, todos, as orientações para vencermos esta luta, e assim, possamos garantir que no futuro, se continue a manter vivo o espírito de Abril, estampado no sorriso das crianças."

Ironia do destino, passados dois anos, numa altura em que praticamente podemos afirmar que vencemos a pandemia, que nos libertámos do uso das máscaras, eis que nos vimos ensombrados por uma guerra sem sentido. Numa altura em que começámos a ver os sorrisos estampados nos rostos, eis que o semblante volta a ficar carregado devido às preocupações resultantes de uma guerra na Europa.
Celebrar o 25 de Abril de 1974 é celebrar o espírito da paz. Hoje esse simbolismo ganha maior relevância, dadas as circunstâncias. Cada vez mais importa manter vivo, e rejuvenescer o espírito de Abril, para que, principalmente aqueles que são o garante do futuro, as crianças, continuem com o sorriso estampado no rosto, a viver em democracia, em liberdade, em paz e fraternidade. Que pelo menos nesta matéria sejamos exemplo para o mundo.

Joaquim Folgado