O primeiro-ministro António Costa anunciou hoje, 7 de Janeiro, as medidas decorrentes do prolongamento do estado de emergência após a reunião do Conselho de Ministros. Circulação entre concelhos vai ser proibida no próximo fim de semana, e vai haver recolher obrigatório em quase todo o país. Costa diz que números hoje vão voltar a ultrapassar os 10 mil casos, mas assume que só tomará medidas mais restritivas depois da reunião no Infarmed.
Tomando a palavra no "briefing" após a reunião de Conselho de Ministros, António Costa anunciou que, no decorrer da extensão do estado de emergência ontem aprovada na Assembleia da República, no próximo fim de semana vai ser imposta a restrição de circulação entre concelhos, tal como vigorou no período do ano novo.
Para além disso, será de novo imposto um recolher obrigatório às 13:00 em quase todo o país, excetuando 25 concelhos que não se encontram com mais de 240 casos por 100 mil habitantes.
Durante o "briefing", António Costa assumiu que estas medidas — tomada devido à vaga de frio e ao aumento dos casos — deverão agravar-se, mas que o Governo quer primeiro ter a reunião no Infarmed com os epidemiologistas no dia 12 para fazer escolhas mais informadas, especialmente tendo em conta dados mais concretos quanto ao período do Natal.
"Provavelmente termos de adotar medidas mais restritivas". assumiu, admitindo que essas medidas mais restritivas contra a covid-19 poderão já entrar em vigor no próximo dia 12. Uma dessas medidas passa pelo retorno a um confinamento total como o que se verificou em março, ressalvando o primeiro-ministro que, ao contrário do que aconteceu nessa altura, este não deverá "perturbar o normal funcionamento das escolas".
“Há um grande consenso hoje entre os técnicos e os especialistas de que não se justifica afetar o funcionamento do ano letivo. Não devemos ter medidas que impliquem, como adotámos no ano letivo passado, a interrupção da atividade letiva”, afirmou o chefe do Governo em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros realizado hoje.
No entanto, antes desse encontro no Infarmed, vai já decorrer amanhã uma reunião com a comissão permanente da concertação social, convocada "de emergência" pelo primeiro-ministro, assim como a convocação dos partidos com assento parlamentar.
"Podemos desde já conjeturar o quadro das medidas em função dos diferentes cenários que possamos. Isso permite-nos ganhar tempo desde dia 12", justificou António Costa.
O líder do executivo referiu que os números referentes novos contágios verificados na quarta-feira e hoje rondam os dez mil, “o que indicia um agravamento da situação epidemiológica” no país e que, como tal, "muito provavelmente na próxima semana teremos de adotar medidas de restrição mais elevadas tal como tem vindo a acontecer na generalidade dos outros países da Europa".
Questionado novamente sobre o cenário de um novo confinamento, Costa rejeitou antecipar medidas e assinalou a sua “esperança” de que o aumento de casos dos últimos dois dias não se prolongue até à próxima semana.
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