Lei sobre canábis medicinal foi promulgada pelo presidente da República em 10 de Julho |
Uma empresa de capitais canadianos e israelitas prevê investir 16 milhões de euros em Campo Maior, no distrito de Portalegre, numa exploração de canábis para fins medicinais, revelou o presidente do município.
O projecto nasceu há nove meses, a empresa fez testes agrícolas nos terrenos e foram superados", disse o autarca Ricardo Pinheiro, indicando que "já foram realizadas várias reuniões com o Governo e que se aguarda o licenciamento" da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
Segundo o autarca, o projecto da empresa Sababa Portugal vai arrancar numa área de quatro hectares e prevê, nos próximos cinco anos, um investimento de 16 milhões de euros, devendo criar, numa primeira fase, 50 postos de trabalho.
Ricardo Pinheiro adiantou que o projecto será depois completado com a instalação de um centro de extracção de óleo de canábis naquela vila do distrito de Portalegre, não estando ainda definido o montante que deverá implicar. "Estamos a falar de uma transformação agroindustrial, embora o fabrico do medicamento possa não ficar em Campo Maior", frisou.
Ricardo Pinheiro sublinhou que a empresa tem desenvolvido uma "intensa investigação", ao longo dos últimos anos, e que conta com uma "grande experiência" no estudo e aplicação de canábis medicinal.
Com o avanço deste projecto em terras alentejanas, autarca considerou que o solo da região poderá ser no futuro "rentabilizado de uma forma totalmente diferente" do habitual, tornando-se numa "janela de oportunidade".
A utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base de canábis foi aprovada pelo parlamento em 15 de Junho, na sequência da apresentação de projectos de lei do Bloco de Esquerda e do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
A lei foi depois promulgada pelo presidente da República em 10 de Julho.
O quadro legal para utilização de canábis na preparação de medicamentos foi aprovado no dia 13 deste mês em Conselho de Ministros.
O documento explica que a regulamentação teve por base os programas já existentes em países como Dinamarca, Holanda e Itália.
De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, o Governo aprovou um Decreto-Lei que "estabelece o quadro legal para a utilização de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais, nomeadamente a sua prescrição e a sua dispensa em farmácia".
A regulamentação, acrescenta, foi baseada numa "análise pormenorizada dos Programas de Canábis Medicinal já existentes em outros Estados-membros da União Europeia, nomeadamente na Dinamarca, Holanda e Itália, bem como a avaliação da sua exequibilidade na realidade nacional".
Fonte: Notícia JN.PT
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