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No Alentejo, Campo Maior é uma das poucas zonas que detêm áreas de ocorrência de sisão, classificada como Zona Protecção Especial


A população nacional de sisão reduziu para quase metade na última década, segundo um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO).
Em Portugal, a maior parte da população de sisões concentra-se no Baixo e Alto Alentejo, concentrando a Península Ibérica mais de metade da população mundial da espécie.
O estudo aponta a ineficácia da rede de áreas protegida pela União Europeia, na conservação da ave, cuja população desceu 49% em Portugal, no refiro período de tempo. “Em números absolutos”, o decréscimo na densidade populacional é maior dentro das ZEP (Zonas de Protecção Especial).
As alterações e diminuição da qualidade do habitat da ave, nomeadamente através da conversão de áreas de agricultura extensiva em pastagens permanentes, e o associado aumento do encabeçamento do gado, faz com que não sejam garantidas as necessidades biológicas da espécie, aponta o estudo. O processo de intensificação, para além de afetar a flora, expõe os sisões à predação.
Contudo, nas ZEP de Castro Verde e Vale do Guadiana, as populações de sisão mantiveram-se estáveis ou aumentaram durante o período em análise, demonstra o estudo, sobrepondo-se a zonas onde foi registada significativa adesão de agricultores a programas de agricultura extensiva.
Estes programas favorecem o estabelecimento de condições de habitat para a ave, na medida em que estabelecem limites para a intensidade do gado nas pastagens.
O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, aponta como principais ameaças à conservação da espécie no país, entre outras, a “intensificação da agricultura”, a “construção de estradas […] e outras infraestruturas, o abandono agrícola e do pastoreio extensivo, a utilização de agroquímicos […] e a colisão com linhas aéreas de transporte de energia”.
Como medidas de conservação da espécie, têm surgido iniciativas como o projecto LIFE Tetrax, conservação do sisão no Alentejo, e a integração no Plano de acção para a conservação das aves dependestes da estepe cerealífera, sendo que na região Alentejo, apenas Campo Maior, Moura-Mourão-Barrancos, Castro Verde e Vale do Guadiana, detêm área de ocorrência de sisão, classificada como Zona Protecção Especial.
O sisão é uma ave típica da região Alentejo, com pouco mais de 40 cm de comprimento e cerca de 90 cm de envergadura, semelhante a uma abetarda, sendo o macho identificável pelo seu pescoço preto com riscas brancas e a fêmea pela cor acastanhada.
É uma espécie globalmente classificada como Quase Ameaçada (NT) (IUCN 2004a), que em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa é considerada Vulnerável (BirdLife International 2004).

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