Umberto Eco (1932) era um escritor, professor e filósofo italiano. Autor do romance “O Nome da Rosa”, um dos maiores sucessos literários do século XX.
Umberto Eco (1932) nasceu em Alessandria, Piemonte, Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Filho de Giulio Eco e Giovanna Eco. Estudou Filosofia na Universidade de Turim.
Começou a carreira de filósofo com a ajuda de Luigi Pareyson. Os seus primeiros trabalhos foram dedicados ao estudo da estética medieval, especialmente sobre os textos de São Tomás de Aquino.
Umberto Eco é considerado um dos expoentes da nova narrativa italiana, iniciada por Ítalo Calvino (1923-1985). Exerce grande influência sobre os meios intelectuais internacionais ao estudar os fenômenos de comunicação ligados à cultura de massas, como histórias aos quadradinhos, telenovelas e cartazes publicitários.
No livro “Obra Aberta” (1962), Umberto Eco realizou um estudo sobre a semiótica, estabelecendo as diversas interpretações que podem ocorrer ao ouvinte através da obra artística. Em 1964, publicou “Apocalípticos e Integrados”, onde avalia os efeitos da cultura de massa no mundo contemporâneo. Na obra, elaborou a tese de que os “apocalípticos" seriam aqueles que defendiam uma arte erudita contra a influência da cultura de massas, ao passo que os “integrados” defendiam a massificação de produtos culturais como consequência positiva da democratização.
Nos anos 70, passou a dedicar-se ao estudo da semiótica, estabelecendo novas perspectivas sobre o assunto sob a influência de filósofos como John Locke, Kant e Peirce, abandonando as teorias semiológicas do linguista Ferdinand Saussure. Obras importantes desse período: “As Formas do Conteúdo” (1971) e o livro “Tratado Geral de Semiótica” (1975).
Na obra "O Super-Homem de Massa" (1978), o autor volta-se para a literatura popular que desde o início do século XIX produziu heróis como o Conde de Monte Cristo, Rocambole, Tarzan ou James Bond.
Em 1980 publicou "O Nome da Rosa", seu primeiro romance, que o consagrou. Ambientado num mosteiro na Idade Média, pleno de erudição e intrigas, que foi um sucesso de vendas. Foi adaptado para o cinema em 1986. Em 1989, lançou "O Pêndulo de Foucault", que ele classificou como "um romance das ideias, sobre a relação entre razão e irracionalismo". A trama é um plano conspiratório feito um pouco por diversão que sai do controle quando os personagens passam a ser perseguidos por uma sociedade secreta que os toma por detentores de um segredo dos Cavaleiros Templários.
Em 2010, Umberto Eco lançou “O Cemitério de Praga”, na obra, o avô do protagonista é um antissemita que acredita que os maçons, os templários e a seita secreta dos Illuminati estiveram por trás da Revolução Francesa. No seu mais recente trabalho “Número Zero” (2015), o autor leva seu interesse pelas teorias conspiratórias para o ambiente da redacção de um jornal de Milão, em 1992.
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Foto de arquivo do escritor italiano Umberto Eco na apresentação de seu livro "O cemitério de Praga" em Madrid, em Dezembro de 2010 (Foto: Reuters/Andrea Comas) |
Uma nova obra será publicada ainda em 2016 - 'Pape Satan Aleppe' será publicada pela editora La Nave di Teseo. O anúncio foi feito na manhã de hoje, sábado dia 20, pelo editor Mario Andreose, que também anunciou data e hora do funeral de Eco, segundo a agência Rai News.
A cerimónia fúnebre ocorrerá no Castelo Sforzesco, em Milão, na próxima terça-feira, dia 23. A escolha não foi à toa. O local, que abriga um museu que expõe obras de Da Vinci e Michelangelo, podia ser observado por Eco da janela de sua casa. Ele dividia seu tempo entre o apartamento de Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares. Segundo Andreose, o velório será laico a pedido do escritor, que era ateu. (Globo)
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