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Umberto Eco, escritor e semiótico italiano morreu ontem aos 84 anos

LITERATURA
Através das publicações da Biblioteca Municipal João Dubraz, de Campo Maior.

O escritor e semiólogo italiano Umberto Eco, morreu ontem, sexta-feira dia 19, aos 84 anos.
Umberto Eco (1932) era um escritor, professor e filósofo italiano. Autor do romance “O Nome da Rosa”, um dos maiores sucessos literários do século XX.
Umberto Eco (1932) nasceu em Alessandria, Piemonte, Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Filho de Giulio Eco e Giovanna Eco. Estudou Filosofia na Universidade de Turim.
Começou a carreira de filósofo com a ajuda de Luigi Pareyson. Os seus primeiros trabalhos foram dedicados ao estudo da estética medieval, especialmente sobre os textos de São Tomás de Aquino.
Umberto Eco é considerado um dos expoentes da nova narrativa italiana, iniciada por Ítalo Calvino (1923-1985). Exerce grande influência sobre os meios intelectuais internacionais ao estudar os fenômenos de comunicação ligados à cultura de massas, como histórias aos quadradinhos, telenovelas e cartazes publicitários.
No livro “Obra Aberta” (1962), Umberto Eco realizou um estudo sobre a semiótica, estabelecendo as diversas interpretações que podem ocorrer ao ouvinte através da obra artística. Em 1964, publicou “Apocalípticos e Integrados”, onde avalia os efeitos da cultura de massa no mundo contemporâneo. Na obra, elaborou a tese de que os “apocalípticos" seriam aqueles que defendiam uma arte erudita contra a influência da cultura de massas, ao passo que os “integrados” defendiam a massificação de produtos culturais como consequência positiva da democratização.
Nos anos 70, passou a dedicar-se ao estudo da semiótica, estabelecendo novas perspectivas sobre o assunto sob a influência de filósofos como John Locke, Kant e Peirce, abandonando as teorias semiológicas do linguista Ferdinand Saussure. Obras importantes desse período: “As Formas do Conteúdo” (1971) e o livro “Tratado Geral de Semiótica” (1975).
Na obra "O Super-Homem de Massa" (1978), o autor volta-se para a literatura popular que desde o início do século XIX produziu heróis como o Conde de Monte Cristo, Rocambole, Tarzan ou James Bond.
Em 1980 publicou "O Nome da Rosa", seu primeiro romance, que o consagrou. Ambientado num mosteiro na Idade Média, pleno de erudição e intrigas, que foi um sucesso de vendas. Foi adaptado para o cinema em 1986. Em 1989, lançou "O Pêndulo de Foucault", que ele classificou como "um romance das ideias, sobre a relação entre razão e irracionalismo". A trama é um plano conspiratório feito um pouco por diversão que sai do controle quando os personagens passam a ser perseguidos por uma sociedade secreta que os toma por detentores de um segredo dos Cavaleiros Templários.
Em 2010, Umberto Eco lançou “O Cemitério de Praga”, na obra, o avô do protagonista é um antissemita que acredita que os maçons, os templários e a seita secreta dos Illuminati estiveram por trás da Revolução Francesa. No seu mais recente trabalho “Número Zero” (2015), o autor leva seu interesse pelas teorias conspiratórias para o ambiente da redacção de um jornal de Milão, em 1992.
Foto de arquivo do escritor italiano Umberto Eco na apresentação de seu livro "O cemitério de Praga"
em Madrid, em Dezembro de 2010 (Foto: Reuters/Andrea Comas)
Uma nova obra será publicada ainda em 2016 - 'Pape Satan Aleppe' será publicada pela editora La Nave di Teseo. O anúncio foi feito na manhã de hoje, sábado dia 20, pelo editor Mario Andreose, que também anunciou data e hora do funeral de Eco, segundo a agência Rai News.
A cerimónia fúnebre ocorrerá no Castelo Sforzesco, em Milão, na próxima terça-feira, dia 23. A escolha não foi à toa. O local, que abriga um museu que expõe obras de Da Vinci e Michelangelo, podia ser observado por Eco da janela de sua casa. Ele dividia seu tempo entre o apartamento de Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares. Segundo Andreose, o velório será laico a pedido do escritor, que era ateu.           (Globo)

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