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Eurocidade - Cooperação é ferramenta privilegiada para o desenvolvimento da região


Longe vão os tempos das disputas, das lutas e das guerras, pelo território e pela soberania, entre estes dois povos.
Portugal e Espanha estão juntos desde que nasceram. A península Ibérica desde sempre foi única e foi o centro do Mundo. Foram várias as civilizações que por aqui passaram. E todas elas deixaram as suas marcas. E com todas elas aprendemos e soubemos criar uma identidade própria que, mais tarde, soubemos espalhar pelo Mundo inteiro. Internamente lutámos pela independência, pela autonomia, resultando dai a criação dos dois países actuais, Portugal e Espanha. Criaram-se fronteiras que dividiram o território durante séculos. Mais do que isso, estes dois países chegaram a dividir o mundo em duas partes, levando cada um deles, além fronteiras, a sua cultura e o seu saber. Fomos o centro do mundo.
Através das expedições marítimas, na época dos descobrimentos, foi da península ibérica que se espalhou, e fomentou, o conhecimento. Com os feitos conseguidos bem podemos afirmar que, a partir daqui, nasceu a chamada globalização. Mas tudo isto consta dos compêndios da história. Está nas nossas memórias enquanto povo com identidade própria.
Hoje a realidade é outra, e bem diferente. Com a adesão dos dois países à então Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia, as fronteiras que então dividiam o território, transformaram-se em linhas imaginárias que apenas fazem uma divisão administrativa. Voltámos a viver num espaço comum, agora mais alargado a grande parte da Europa. Passámos a ser cidadãos da Europa, mantendo contudo a nossa identidade própria. É nesta nova realidade que tudo hoje se desenvolve.
Neste contexto, as duas regiões contíguas, Alentejo e Extremadura espanhola, estão mais próximas que nunca. De costas voltadas no passado, passámos a dar as mãos de caras ao futuro. Estas duas províncias vizinhas têm hoje na cooperação a ferramenta privilegiada para o desenvolvimento, a todos os níveis. Isoladamente não passavam, cada uma delas, de regiões periféricas dos seus países. Em conjunto, numa comunhão de esforços, podem passar a ser o centro da península Ibérica, criando uma região próspera, numa localização estratégica, à entrada do espaço comum europeu. Já existem muitos projectos comuns em andamento, aproveitando as vias de comunicação existentes, tais como a construção da linha férrea de alta velocidade, o TGV, e a implementação da Plataforma Logística do Sudoeste Europeu. A actividade económica, através do turismo, da cultura, da história, entre outras, pode ser potenciada de forma a transformar esta região peninsular numa região de progresso e bem estar.
Foi entretanto criada a EUROBEC - Eurocidade Badajoz Elvas, Campo Maior, que parece estar um pouco adormecida. A verdade é que são dois países, duas regiões, que hoje vivem num espaço comum e com interesses comuns. O objectivo é promover, e dar a conhecer, os grandes projectos que se desenvolvem em comum, as culturas, as tradições, a história, a gastronomia, enfim, potenciar todas as vertentes no intuito de promover o desenvolvimento, que se deseja, para estas duas regiões que, afinal, acabam por ser uma só.
Esperamos que de uma vez por todas, com a plataforma logística e com o comboio de alta velocidade terminado, tudo o resto - leia-se desenvolvimento - apanhe boleia, e a região se torne realmente no centro da Península Ibérica. Assim os responsáveis o queiram, porque, afinal, este poderá ser um instrumento fundamental para combater os problemas do interior.

Joaquim Folgado

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