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Biografia de Miguel Carvão, o Lico.

Foi ontem, 25 de Maio, a homenagem que a Juventude Desportiva da Terrugem decidiu prestar a Miguel Carvão. Aqui fica uma pequena biografia deste terrugense.


Joaquim Miguel Carretas Carvão

(O Lico)


 
Joaquim Miguel Carretas Carvão, nasceu a 24 de Maio de 1947, na freguesia de Terrugem, concelho de Elvas. Nesta terra que o viu nascer, permaneceu os 50 anos da sua vida, até que faleceu no dia 30 de dezembro de 1997, vítima de um ataque cardíaco fulminante. O Lico ou o Miguel da Feliciana, anexins pelos quais era carinhosamente conhecido e tratado na sua terra, era filho de Manuel Trindade Carvão (o Manuel da Canela) e de Feliciana Jesus Carretas.

Foi também aqui, na Terrugem, que aos vinte e um anos de idade, mais concretamente no dia 17 de outubro de 1968, se casou com Maria José Batalha Pimenta. Com a sua fiel e dedicada companheira, a Bizé, como é conhecida, viveu até aos últimos dias da sua vida e deixou duas filhas, a Florbela Pimenta Carvão e a Olga Pimenta Carvão. Dos três netos, o Lico apenas conheceu dois, os filhos da primeira descendente, a Florbela.

Uns anos depois da instrução primária, feita nas escolas da Terrugem, o Joaquim Miguel Carvão iniciou-se na profissão de carpinteiro. O Lico foi aprendiz de carpinteiro com o mestre Eduardo Nunes, que tinha uma oficina perto da Fontinha, nesta freguesia. Já como carpinteiro reputado, ingressou nos quadros da Câmara Municipal de Elvas no dia 12 de março de 1986, com a categoria de Carpinteiro de Limpos. Aí trabalhou, durante pouco mais de onze anos, até aos últimos dias da sua vida.

Desde cedo que o Lico manifestou o gosto pelo desporto, principalmente pelo futebol. Dotado de excelentes condições técnicas e físicas, ainda muito novo começou a integrar a equipa de futebol da Terrugem que, na altura, através da Casa do Povo, disputava os campeonatos da FNAT, hoje designada como INATEL.

O Joaquim Miguel Carvão era um homem de família, simples, honesto e trabalhador. Amigo dos amigos, a sua simpatia e boa disposição fizeram com que fosse acarinhado por toda a gente. Fruto da sua inata habilidade, da sua forma de jogar e da sua postura, o Lico depressa se tornou num jogador de eleição na freguesia de Terrugem. Atuava preferencialmente no meio campo e, pelos termos atuais, era considerado um autêntico número 10.

Dava nas vistas como futebolista, e fruto disso, este Terrugense de gema, teve o seu ponto alto quando foi contratado para integrar a equipa de “O Elvas” Clube Alentejano de Desportos, que na altura disputava o campeonato da 3ª divisão nacional.

O futebol sempre foi a sua paixão, e ao futebol sempre esteve ligado. Desde muito cedo começou a integrar as equipas de futebol da terra, juntamente com os mais velhos. Atravessou várias gerações. Aprendeu com os mais velhos e ensinou aos mais novos. Foi jogador durante largos anos, e terminou como treinador. Numa época em que os atletas pagavam para jogar – compravam as suas botas e coletavam-se para comprar os equipamentos -, o Lico esteve sempre lá. Viveu por dentro toda a evolução da prática do futebol na Terrugem.

Sempre se mostrou disponível para o futebol. Já depois de abandonar a competição, com mais de quarenta anos de idade, ainda participou na equipa de futebol dos trabalhadores da Câmara Municipal de Elvas, juntamente com os seus colegas. Apenas por prazer e gosto pela modalidade que era a sua paixão.

No seu percurso desportivo constam muitas referências, muitos episódios e muitas histórias. Todos os que o conheceram, com ele jogaram e com ele privaram, certamente terão boas recordações do Lico. Boas recordações e exemplos que deixou como homem, como amigo e como futebolista. E é precisamente nesta condição, a de futebolista, que a Juventude Desportiva da Terrugem, clube no qual foi treinador, decidiu prestar-lhe homenagem. Pelo amor à sua terra, pelo seu percurso, pela sua dedicação e empenho na causa desportiva, no futebol em particular, é justa e merecida esta homenagem.

Quis o destino que partisse tão cedo. Querem agora os ficaram, os que herdaram o seu exemplo, o seu empenho e a sua dedicação, que Joaquim Miguel Carretas Carvão, o Lico, ficasse para sempre lembrado.

A vida e a história de uma coletividade constrói-se com a memória do passado, com a intensidade do presente e com a projeção do futuro. Perpetuando o nome nas suas instalações, a direção da Juventude Desportiva da Terrugem não só homenageia o seu passado, como projeta o seu futuro.

Bem hajam!

 
Terrugem, 25 de Maio de 2013

Joaquim Folgado

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