O CAMPOMAIORENSE
O primeiro jornal que Campo Maior teve apareceu no ano de 1921, vivia Portugal um período agitado e de grande instabilidade social e política. Os governos mudavam devido a uma alucinante sucessão de golpes de estado, de revoltas e de desencontradas votações no parlamento.
Muitos, desencantados e cansados de tanta perturbação, procuravam formas alternativas de intervenção social desviando-se da turbulência dos acontecimentos políticos.
Um grupo de jovens campomaiorenses que viriam a constituir-se numa associação que significativamente adoptou o nome de Pró Terra Nostra, (Pela Nossa Terra), resolveu criar um jornal – O Campomaiorense – em torno do qual se pudessem realizar acções que promovessem o desenvolvimento de Campo Maior.
Eram jovens que podemos considerar de classe média, com algumas bases culturais, distribuídos por diversas profissões e condições sociais: funcionários públicos, comerciantes, empregados no comércio, agricultores, estudantes e alguns dedicados aos ofícios artesanais que então existiam em número significativo na vila.
O Campomaiorense foi o primeiro jornal que Campo Maior teve. Este projecto, como sucede com quase todos os empreendimentos humanos, fez-se sob a liderança de um homem que marcou profundamente a vida de Campo Maior durante os anos vinte do século passado. Chamava-se João Ruivo. Era filho de um mestre-de-obras que deixou algumas construções notáveis na vila, como o Lagar União já desaparecido e o Bairro Operário.
João Ruivo que tinha combatido como voluntário na 1ª Grande Guerra, exerceu funções importantes como funcionário da câmara municipal, onde chegou a chefiar os serviços administrativos e a ocupar por algum tempo o cargo de administrador do concelho. Autodidacta inteligente e aplicado, conseguiu adquirir uma sólida cultura. Foi correspondente de vários jornais de Lisboa, entre eles O Século e o Diário de Notícias, colaborou em vários jornais regionais como Brados do Alentejo, de Estremoz e o Montes Claros de Borba, a Democracia do Sul e o Notícias D’ Évora e, de Elvas, A Fronteira e o Linhas de Elvas.
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