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Opinião: SOBRE AS ORIGENS DA VILA DE CAMPO MAIOR, por Francisco Galego


“Porém duvidamos que a povoação fosse fundada no sítio onde está o castelo. Talvez no sítio de S. Pedro no qual há uma ermida e onde, segundo fontes muito antigas haveria uma fortaleza ou atalaia dos romanos.
Dista a Ermida de S. Pedro da povoação de hoje dois mil passos em terreno plano, com um vale muito fresco, capaz e hortas e pomares, com água nativa e conserva um chafariz que é do concelho desta vila. Estamos persuadidos de que neste campo, por ser o maior que há nestas vizinhanças, fundaram os romanos este povo, obrigados por um acampamento em que se fixaram como sucedeu nas outras mais povoações que fundaram, como é sabido. Neste campo de S. Pedro se acham as ruínas, cimentos, sepulcros, além de colunas. Distante um quarto de légua, conserva-se um muro de pedra e cal que corta um pequeno ribeiro e a que ainda hoje se chama Muro da Represa, que servia para que os gados dos moradores bebessem nele.”
(Estêvão da Gama, p. 30)
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(“A aldeia dos “Luzios”, de finais do século XIII, localizar-se-ia nos terrenos onde, em 1688 se construiu uma fortificação com o objectivo de melhorara a defesa da vila dos ataques dos exércitos invasores, conhecida por Forte de S. João…
A “aldeia de Bartolomeu Joanes” situava-se à beira do actual caminho municipal que conduz ao sítio conhecido por ribeiro da Avelada ou Valada, outrora designado também pelo nome de Alcogonbril, via que surge à distância de cerca de dois quilómetros do núcleo antigo de Campo Maior, no lado esquerdo da Estrada Nacional, que liga esta vila a Degolados e Arronches.
A povoação localizava-se no lado direito do citado caminho municipal, no sentido de quem se dirige para a Avelada e encontrar-se-ia a perto de quatrocentos metros da mencionada Estrada Nacional, em cujas imediações têm surgido, ao longo dos tempos, vestígios de antigas construções.
Nas proximidades da aldeia existia, no ano de 1290, um castelo, então designado por “castelo velho de Campo Maior”, certamente para o distinguir do castelo novo, já então erguido no local onde se encontra.”
 (…) certas povoações que, em resultado da aplicação do Tratado de Alcanizes, passaram a estar na primeira linha da raia, como foi o caso particular de Campo Maior.
Ouguela, Campo Maior e, muito provavelmente, Juromenha e Olivença foram, até ao século XIV, aldeias de dimensão e população semelhantemente diminutas, como testemunham certas plantas e desenhos antigos e uma observação atenta dos respectivos recintos medievais permite, ainda nos nossos dia confirmar.
Indício de equivalência, quanto ao número de habitantes e importância económica entre Campo Maior e Ouguela, retirámo-la de uma notícia sobre rendas eclesiásticas que diz que “em 1320 as duas igrejas de Santa Maria de Ouguela e Santa Clara de Campo Maior (Matrizes e únicas freguesias em cada uma daquelas terras, naquele tempo) tinham ambas um rendimento de 600 libras”.

In, Rui Rosado Vieira, Bartolomeu Joanes, rico cidadão lisboeta do tempo de D. Dinis, iniciou as suas actividades mercantis em Campo Maior, - Ibn Maruan, Revista Cultural do Concelho de Marvão, Nº 12, 2002, p. 406 e 407)

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