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Semana Mundial de Aleitamento Materno - de 1 a 7 de Agosto

Foto gentilmente cedida por Alexandra Diaz
exclusivo Campomaiornews
Decorre até amanhã, dia 7 de Agosto, a Semana Mundial de Aleitamento Materno.
Dar de mamar é uma função natural, mas muitas mulheres sentem dificuldade em fazê-lo. O leite materno é o melhor alimento nos primeiros meses de vida.
A Organização Mundial de Saúde recomenda o aleitamento materno, em exclusivo, até aos seis meses, sendo que a média portuguesa se situa nos 3,6 meses.
Segundo os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, 75% dos bebés deixam a maternidade a beber exclusivamente leite materno. A partir daí é sempre a descer. Ao 5º e 6º mês, são apenas 22%.
Se tiver dúvidas pode sempre pedir ajuda à linah SOS Amamentação, que funciona 24 horas por dia, recorrer aos vários hospitais públicos e aos Centros de Saúde onde pode pedir aconselhamento a médicos e enfermeiros, como é o caso de Campo Maior na Unidade de Cuidados Continuados UCC-Flor de Papel.
E é precisamente nesta UCC-Flor de Papel, em Campo Maior, que se encontra a enfermeira com quem falámos sobre este tema. Aos 32 anos de idade, ela própria se encontra a amamentar os seus dois filhos, um com 2 anos e outro com 8 meses. Alexandra Diaz contraria as estatísticas, uma vez que qualquer dos seus filhos, principalmente a mais velha, já com 2 anos ainda continua a ser amamentada. "Dar de mamar aos nossos filhos é algo instintivo, para o que ambos estamos preparados, mas requer de aprendizagem e muito apoio”, refere Alexandra, acrescentando que "o leite materno tem inúmeros benefícios para mãe e filho. Aumenta as defesas da criança, reforçando o sistema imunitário e protege a mãe contra a anemia e diferentes tipos de cancro". Para além desses benefícios, a redução do risco de surgimento de doenças crónicas, o leite materno parece aumentar o potencial de inteligência nas crianças. Na opinião da enfermeira Alexandra Diaz, "para além dos benefícios na saúde, o acto de amamentar reforça os laços de afecto entre mãe e filhos".
Em Campo Maior, no Centro de Saúde, através da UCC-A Flor de Papel, a enfermeira Alexandra Diaz é uma mais valia na ajuda a quem necessitar informações ou tiver dúvidas sobre a amamentação dos seus filhos.
Video cedido gentilmente por Alexandra Diaz - exclusivo Campomiornews

Sobre a Semana Mundial do Aleitamento Materno


A Aliança Mundial para a Acção em Aleitamento Materno (World Alliance for Breastfeeding Action - WABA) promove novamente no início de Agosto, entre os dias 1 e 7, a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Entretanto, por razões culturais, na Europa comemora-se também na primeira semana de Outubro.
A campanha deste ano tem como lema: "Amamentação: Uma Vitória para toda a Vida!" e visa salientar a importância de "aumentar e manter o apoio, a promoção e a protecção da amamentação, no âmbito da contagem regressiva para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) e para além desse objectivo".

A amamentação e os ODM


Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) foram estabelecidos em 2000, com o apoio de 191 nações, e surgem no seguimento da Declaração do Milénio das Nações Unidas. O objectivo é o de combater a pobreza e promover o desenvolvimento saudável e sustentável de uma forma abrangente até 2015.
A campanha deste ano da Semana Mundial da Amamentação pretende responder à actual contagem regressiva para alcançar os Objectivos do Milénio, afirmando a importância de promover a amamentação na agenda pós-2015, envolvendo o maior número de grupos e pessoas de diversas idades possíveis.
Apesar de já terem ocorrido muitos progressos, a WABA considera que ainda existe muito para fazer e dá alguns exemplos: a pobreza diminuiu, mas ainda uma em cada oito pessoas vai para cama com fome. A desnutrição afecta cerca de um quarto de todas as crianças no mundo. Nas últimas duas décadas, a mortalidade infantil diminuiu em 40%, mas ainda quase 7 milhões de crianças abaixo de cinco anos morrem a cada ano, principalmente por doenças preveníveis. À medida que a taxa global de mortalidade de menores de cinco anos tem diminuído, a proporção de mortes neonatais (durante o primeiro mês de vida) compromete o aumento proporcional de todas as mortes infantis.
Desta forma, a WABA pretende passar a seguinte mensagem: "Ao apoiar, promover e proteger a amamentação, VOCÊ pode contribuir para cada um dos ODM de forma substancial. A amamentação exclusiva e a alimentação complementar adequada são intervenções importantes para melhorar a sobrevivência infantil, salvando potencialmente cerca de 20% das crianças abaixo de cinco anos."

A ligação de cada objectivo à amamentação


A Comissão Científica em Nutrição da ONU associou o aleitamento materno a cada um dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) da seguinte forma:

1) Erradicar a pobreza extrema e a fome

A amamentação exclusiva e a continuidade da amamentação por dois anos fornece a mais alta qualidade de energia e nutrientes, pode ainda ajudar a prevenir a fome e a má nutrição. A amamentação confere custo e benefício ao alimentar bebés e crianças. É acessível para todos e não sobrecarrega os orçamentos familiares, em comparação com a alimentação artificial.

2) Atingir o ensino básico universal

A amamentação e a alimentação complementar adequada são fundamentais para a aprendizagem. Amamentação e alimentos complementares de boa qualidade reduzem significativamente o risco de baixa estatura e, assim, melhora o desenvolvimento mental e, em consequência, melhora os níveis de aprendizagem.

3) Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres

A amamentação promove a equidade entre os sexos, dando a criança um bom começo de vida. A maioria das diferenças de crescimento entre os sexos começam como os alimentos complementares são adicionados à dieta, e a preferência de género começa a agir sobre as decisões de alimentação. A amamentação é um direito único da mulher, e deve ser apoiada pela sociedade, por exemplo, através das leis de protecção à maternidade.

4) Reduzir a mortalidade infantil

A mortalidade infantil pode ser facilmente reduzida em cerca de 13%, apenas com melhores práticas de amamentação, e 6% com melhores práticas da alimentação complementar. Além disso, cerca de 50-60% da mortalidade de menores de 5 anos é secundária à desnutrição, amplamente causada por alimentação complementar inadequada, seguida de más práticas de amamentação.

5) Melhorar a saúde materna

A amamentação está associada a diminuição da perda de sangue no pós-parto, diminuiu o cancro da mama, de ovário, de endométrio e a osteoporose. A amamentação também contribui para o aumento dos intervalos entre partos, reduzindo os riscos de gestações próximas uma da outra.

6) Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças

A amamentação exclusiva juntamente com a terapia antiretroviral para mulheres e bebés pode reduzir a transmissão de HIV da mulher para a criança a um nível muito baixo.

7) Garantir a sustentabilidade Ambiental

A amamentação está ligada ao menor desperdício da indústria de leite, farmacológico, bem como o desperdício de plástico e de alumínio, reduz ainda o uso de gás e demais combustíveis.

8) Estabelecer uma parceira mundial para o desenvolvimento

A Estratégia Global para a Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância promove a colaboração multisectorial. Pode criar várias parcerias para apoiar o desenvolvimento por meio de programas em prol da amamentação e da alimentação complementar.

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